política

Ataques em horário eleitoral aumentam rejeição de líderes

Eduardo Tesch

Faltando poucos dias para a população ir às urnas, os ataques entre os candidatos à presidência da República dominam o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, que termina nesta quinta. O resultado é um aumento da rejeição, principalmente dos líderes nas pesquisas (veja abaixo). Desde o início da campanha, os candidatos ao Planalto tiveram a oportunidade de mostrar suas propostas em 30 inserções de 25 minutos. O espaço deveria servir para a exposição de ideias e soluções. Nessa reta final da campanha, não é o que acontece.

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Neste ano, o horário eleitoral diminuiu de tamanho e ficou em 25 minutos. Para o professor e cientista político da UFSM José Carlos Martinez, a diminuição do tempo contribui para ataques entre os candidatos, já que muitos deles não têm tempo para apresentar propostas concretas:

- Os candidatos têm muito pouco tempo na TV, o que acaba, muitas vezes, limitando a proposição de ideias. O verdadeiro palco são as redes sociais. É lá que, verdadeiramente, há troca de opiniões. Por isso, existem tantos chamamentos para as redes sociais nos próprios programas.

Outro ponto que contribui para esse embate, segundo Martinez, é a polarização política entre direita e esquerda. Para ele, os candidatos ao Planalto aproveitam o espaço para tentar fragilizar um ao outro.

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- Os ataques fazem parte do processo político brasileiro. Existe uma clara polarização política nestas eleições e está muito evidente que os postulantes considerados de centro estão tentando pegar os votos oriundos dessa polarização. Por isso existem tantos ataques - diz.

POLARIZAÇÃO

Na reta final da campanha, e com a polarização cada vez mais evidenciada, o embate entre os candidatos acabam se intensificando. Com isso, o nível de rejeição dos postulantes que aparecem na frente nas pesquisas eleitorais, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), aumentou. Na primeira pesquisa Ibope, em 20 de agosto, o nível de rejeição de Bolsonaro e Haddad era de, respectivamente, 37% e 16%, mas cresceu na última sondagem (veja quadro). Neste cenário, o cientista político da Universidade de Brasília David Fleischer afirma que os candidatos já reconhecem que a intensificação dos ataques tem surtido efeito.

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- O próprio Haddad reclamou que a rejeição dele aumentou muito por causa dos ataques do centro. A mesma coisa vale para o Bolsonaro. Eles sabem que a principal causa da grande rejeição deles é por causa dos ataques dos outros candidatos. Isso, sem dúvida, interfere no voto da população - pondera.

A REJEIÇÃO

Confira a evolução da taxa de rejeição dos cinco candidatos à presidência da República mais citados entre os entrevistados na primeira e na última pesquisa realizada pelo Ibope. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

20/08 e 1º/10

Jair Bolsonaro - 37% e 44%
Com pouco tempo de TV, ele tem usado redes sociais para bater no PT

Fernando Haddad - 16% e 38%
Candidato petista tem batido em seu principal concorrente, Jair Bolsonaro

Marina Silva - 23% e 25%
Candidata reprova radicalismo de PT e PSL, além de casos de corrupção 

Geraldo Alckmin - 25% e 19%
Tucano tem feito críticas aos dois líderes das pesquisas, do PSL e do PT

Ciro Gomes - 21% e 18%
Ele critica radicalismo de Bolsonaro e ideia de nova constituinte, feita por Haddad

Henrique Meirelles - 13% e 10%
Candidato pergunta onde estavam os outros quando país precisava

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